QUANDO AS CANÇÕES NÃO NASCEM NO CORAÇÃO

Um cantor conhecido, sem vínculo com a fé cristã, planeja compor e cantar canções voltadas para o público dito gospel. É legítimo?
São duas túnicas inconsúteis, como se fossem uma só.
A túnica da religião e a túnica do negócio fazem parte das coisas humanas e é preciso que elas sejam separadas, pelo menos no território da motivação.
Quando um pregador usa um meio de massa para comunicar sua bela mensagem, ele pode até editar o conteúdo para alcançar mais pessoas. No entanto, nesta embalagem, não deverá fazer nada motivado pelos resultados advindos do sucesso, porque, se o fizer, poderá alterar a mensagem, prometendo o que Deus não garante, embora as pessoas queiram. O sucesso tem pernas próprias.
Quando uma editora (e poderia ser uma livraria ou um restaurante) perde a noção de sua missão e publica o que vende bem, seja bom ou ruim, convirja ou não com a teologia (ou ideologia) dos donos da casa, ela perde sua razão de ser.
Quando um cantor pesquisa o mercado evangélico e se propõe a compor melodias que vão agradar a este público, tenha ou não pedigree na tradição religiosa que aparentemente está abraçando, ele está mentindo. Os consumidores têm uma relação com o artista que pressupõe uma identidade de crenças. O mesmo princípio se aplica a um cantor ou a  um pastor, que, por alguma razão, passar a cantar ou a pregar aquilo que não vive ou nem mais procura viver.
A motivação, mais que o dinheiro, é a chave a ser pendurada no claviculário para que todos o vejam.

Pr Israel Belo de Azevedo

Mesmo aqueles que não seguem nenhum tipo de fé religiosa, crença, e etc; devem pensar a música como algo que nasce primeiro no coração. A música é a representação daquilo que somos através de melodias e harmonias. Ela tem esse poder; a arte tem esse poder. As canções devem nascer primeiro nos corações de seus compositores, seja ela qual for. Um música pensada apenas para fim comercial, torna-se vazia e sem sentimentos, sem vida. A música é bela, quando nela identificamos os sentimentos, as dúvidas e incertezas-ou as certezas-, a alma de seu compositor. Ah, assim então a música torna-se cheia de vida, cheia de conteúdo; não apenas melodias em cima de letras que agradam meio comercial. Música é vida!

"Depois do silêncio, aquilo que mais aproximadamente exprime o inexprimível é a música." (Aldous Huxley)